Eu não encontro no momento. Favor deixar recado depois do 'beep'
Eu dou aula de
inglês. Já estudei alemão (Wie heiSSen Sie?), espanhol (Hola, Qué
tal?), francês (Commant ca vá?), Chinês (Ni Hao ma?) e atualmente,
estudo Romeno (Ce mai faci?). Deu para notar que tenho uma queda para
a coisa. Coisa essa que chamamos IDIOMAS. Quanto mais estudo idiomas
e suas implicações, mais fico admirada com a minha própria língua:
a portuguesa.
Ela é a quinta
mais falada no mundo e a terceira no mundo ocidental. Além do Brasil
e Portugal, o português também é falado em Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste. Há pequenas coisas dessa língua que me fazem adorar
ser uma 'Portuguese speaker and writer'. O uso das tremas e acentos
são um charme. Pena que nem todo mundo se importa com os pobres
coitados.
Sempre quis
saber como nossa língua soa aos ouvidos estrangeiros. Sei que nossos
diminutivos cheios de 'inhos' e fonemas nasalisados tornam nosso
português bastante musical. Acho que mais musical que o espanhol.
Isso é outra coisa fascinante dele.
Nem tudo são
flores em nosso idioma. Concordo que temos regência verbais
complicadíssimas e que nosso vocabulário ortográfico é
extremamente vasto. Entendo que nos expressamos numa língua nada
fácil de dominar. Mas isso em nada justifica os vícios de
linguagem.
Vícios de
linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, "palavras
ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a
manifestação do pensamento". De acordo com o autor, há
diversos tipos de vícios: ambigüidade('Vou viajar pra lá como
você'), pleonasmo ('a grande maioria'), cacofonia ('será $10 por
cada convite'), entre outros.
Para mim, o
pior dos vícios de linguagem é o solecismo. Eles são muitos, como
os de concordância: 'a nível de' ou 'ela namora com Paulo'... Para
mim, um vício de linguagem também é reproduzir as mesmas
expressões, os mesmos adjetivos, tornando clichês quase tudo o que
ouvimos na mídia. Ou seria que tudo o que está na mídia é para
ser clichê mesmo?
Explico
melhor.
Eu não assisto
muito TV, mas quando não estou dormindo no domingo de tarde, gosto
de assistir as entrevistas do SEM CENSURA que passa na TVE,
apresentado pela brilhante jornalista Leda Nagle. É um programa
interessante porque boa parte dos entrevistados não é de pessoas
tão famosas assim. Eles são muitas vezes artistas plásticos, ou de
teatro, e até mesmo escritores com pouca expressividade.
Noto que são
pessoas letradas, informadas, que devam ler regularmente... e mesmo
assim... só conseguem adjetivar de uma única forma, como um vício.
Leiam esses exemplos: "Esse livro é baseado numa proposta
'bacana'...", "... é que esse projeto é algo 'super
legal' que partiu de uma idéia 'bacana', ou "este show foi
dirigido por um artista muito 'bacana'"... Sim. Tudo no mundo da
intelectualidade agora é bacana,"lacrador", super legal,
ou bacana e super legal... Sério mesmo. Os caras não conseguem mais
assimilar outros adjetivos. Bem. Pelo menos prefiro que usem o termo
"bacana" ao termo "tudo de bom" ou a sigla do
internetês TDB.... AAAAAAAAAAAAAAAAAh!
Por que existe
essa tal 'fraqueza' no uso da língua falada? Sério mesmo, gente! As
pessoas têm medo de usar palavras rebuscadas. Eu, no entanto, admiro
os mais complexos e belos termos de nossa língua portuguesa. E como
ela é rica nisso! Ao invés de dizer: 'Gosto disso', prefiro dizer,
'Isso me apetece'; no lugar de: 'Não entendi', eu sempre digo:
'Isso, não concatenei'.
Serei eu um ser
de outro planeta? Devo eu me matar e deixar as pessoas falarem como
bem entendam? Não respondam! Já entendi. Vou ver se Eu estou na
esquina. Enquanto isso, deixem recado depois do “beep”,
afinal de contas, Secretária Eletrônicas são Tudo De Bom!
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